O segundo dia do XV Fórum Internacional do Setor de Locação de Veículos, o Fórum das Locadoras 2020, nesta quarta-feira, 04 de novembro, iniciou com debates sobre o mercado de terceirização de frotas.
Os palestrantes convidados foram Marcos Ramos, consultor em gestão de frotas; e Victor Coelho (foto), coordenador da frota da JLL. Eles trouxeram um panorama das demandas dos clientes corporativos.
Representando a visão de consultoria e também de cliente, os profissionais conversaram sobre o potencial do mercado da terceirização no país.
Todos os detalhes desse painel, você vê a seguir.
Acompanhe!
Marcos Ramos, consultor em gestão de frotas, começou expondo dois pontos que ele considera anseios das empresas com relação à administração de frotas — segurança e sustentabilidade —, aliados aos resultados financeiros.
“Algumas empresas estão partindo para um cenário mais econômico; deixando de gerir frotas para gerir contratos” — Marcos Ramos, especialista em gestão de frotas.
Para o consultor, o que se espera das locadoras é a possibilidade de “desafogar internamente”. “Até pouco tempo, tínhamos a aquisição da frota, todo um processo que gerava custo e não agregava valor. Hoje, deixa para quem faz bem feito, e vamos gerenciar de verdade a frota”, declarou.
Ramos também chamou a atenção para a gestão de frotas orientada por dados, com inclusão da Telemetria, “de forma a conseguir determinar comportamentos e, quando necessário, fazer ajustes”.
Victor Coelho, coordenador de frota da JLL, trouxe a visão da empresa cliente. O executivo afirmou que o que as organizações espera vai muito além da “batalha por preço”. “A gente observa ano após ano a transição da frota própria para frota locada; existe espaço para todas as locadoras”.
O fator determinante, disse Coelho, é uma comunicação mais alinhada entre locadoras e os clientes corporativos.
“Quando você vai a um processo de RFP, de BID, naturalmente você vai ofertar teu melhor preço. Mas, a etapa de qualificação vai muito além disso. Muito se fala de personalização, mas na prática, as locadoras ainda estão aprendendo a trabalhar com a personalização” — Victor Coelho, coordenador de frota da JLL.
Para Coelho, as locadoras de frotas precisam entender melhor seus clientes, os segmentos onde eles estão inseridos.
Perguntados pela Telemetria, os debatedores deram suas opiniões.
Victor Coelho, da JLL, reforçou a importância de as locadoras se equiparem tecnologicamente.
“O cliente corporativo espera que a locadora consiga entregar insights e inovação no quesito política de frota. Quando, além do pacote de locação, a locadora oferta integração com telemetria, isso gera eficiência no contrato. E não falo apenas do ponto de vista financeiro, mas também da segurança; atuando preventivamente, controlando, a empresa atinge eficiência operacional” — Victor Coelho, coordenador de frota da JLL.
Para o consultor em gestão de frotas, Marcos Ramos, hoje é inviável as empresas fazerem uma boa gestão de frotas sem a telemetria.
“Com essa tecnologia, a empresa consegue entender comportamentos dos condutores e, a partir disso, verificar questões como treinamento, advertências ou até mesmo desligamentos. Isso porque também a imagem da companhia está em risco quando há acidentes por imprudência” — Marcos Ramos, consultor em gestão de frotas.
Victor Coelho também destacou a importância de as locadoras de frotas ofertarem consultoria para seus clientes corporativos. Para ele, além de entregar a tecnologia e os dados, é importante que as empresas de locação ajudem os clientes a entender as informações e indicar o que fazer com elas.
“Muitas empresas ainda não têm uma política de frotas estabelecida. Para as locadoras, isso é uma oportunidade tremenda”, disse Coelho. Ele aconselha ter um departamento jurídico que ajude os clientes corporativos a traçarem a melhor política de gestão.
O executivo também chamou atenção para o tema da sustentabilidade.
“A locadora que eu estou contratando, o que ela está fazendo do ponto de vista da sustentabilidade? Se eu tenho uma frota de cinquenta veículos, qual é meu índice de poluente e o que o parceiro [a locadora] pode fazer?” — Victor Coelho, coordenador de frotas da JLL.
Para Coelho, além do cenário futurista das frotas de veículos elétricos, as locadoras podem centrar esforços em compra de crédito de carbono, na consultoria para a compra do melhor combustível, na estratégia, entre outros.
Marcos Ramos, destacou o tema da política de frotas. Para ele, as locadoras devem se preparar para ofertar isso aos clientes, especialmente os menores, que, muitas vezes, não sabem por onde começar.
“As locadoras têm que ter uma matriz de responsabilidade onde possam estabelecer SLAs, KPIs, a periodicidade de contato com os clientes etc.”, destacou o especialista.
Ramos também advertiu para que a construção da política de frota deve estar em consonância com o que a locadora oferece. Muitas vezes, disse, o cliente corporativo não sabe como adaptar sua política para o modelo de terceirização de frota.
“Um ponto fundamental, que entra na questão da orientação da locadora, é as chamadas para as manutenções preventivas. Com a política estabelecida e uma matriz de responsabilidade desenhada contratualmente, a locadora consegue orientar sem tirar que os usuários não se sintam responsáveis” — Marcos Ramos, consultor em gestão de frotas.
Sobre a ideia de que os gestores de frotas dificultam a mudança das empresas — da frota própria para a locada —, o consultor Marcos Ramos opina que ela precisa ser superada.
“Se a função do gestor não for confundida com a de administrador de contrato, ela nunca vai acabar. Por que este profissional vai garantir as condições de segurança dos condutores, por exemplo. Ele não precisa desempenhar todo aquele Capex, passando a fazer um bom gerenciamento do Aupex dentro do resultado mensal”, destacou Ramos.
Para o especialista, os resultados vão continuar dependendo muito do trabalho do gestor de frota. Com o apoio da locadora, disse, os resultados podem ser muito melhores.
Sobre a gestão de manutenção quando as empresas optam por terceirizar suas frotas, Victor Coelho, da JLL, opina que a rede de prestadores de serviço é fundamental. Portanto, as locadoras devem contar com muitos fornecedores de serviços credenciados.
“O ponto mais importante é: como a locadora pode deixar claro todos os princípios de manutenção?”, disse Coelho. Para ele, as locadoras devem ter um plano de manutenção bem detalhado, específico, claro para cada necessidade dos clientes.
O executivo reforçou também o uso da tecnologia, como a Telemetria, para uma atuação mais estratégica da gestão de manutenção. A geração de alertas para os condutores, de maneira antecipada, disse, é muito importante.
Coelho também lembrou que o mercado está caminhando para um plano de manutenção preditiva, que permite que os clientes paguem por frações de peças ou serviços, uma vez que o preço total das manutenções está pago no contrato de locação.
→ O Fórum das Locadoras 2020 iniciou na terça-feira, 03 de novembro, e vai até a quinta-feira, 05. O evento, que neste ano acontece 100% online, é uma tradição para o setor das empresas locadoras de automóveis. Acompanhe a cobertura aqui no blog da LOC1 e nas redes sociais: Facebook, Twitter e LinkedIn!